21 de abr. de 2015

E quando as letras do Renato fazem sentido ...

"Tenho andado distraído, impaciente e indeciso ..."
"Quero me encontrar mas não sei onde estou..."
"Até bem pouco tempo atrás....
Poderíamos mudar o mundo
Quem roubou nossa coragem"

Queria ser como os outros
E rir das desgraças da vida
Ou fingir estar sempre bem
Ver a leveza
Das coisas com humor
. "Nada mais vai me ferir...é que eu já me acostumei
com a estrada errada que eu segui ...com a minha própria lei"
"E quando vejo o mar...
existe algo que diz...que a vida continua e se entregar
é uma bobagem..."
"Tudo é dor ... e toda dor ... vem o desejo ...
de não sentirmos dor"
"Eu sei é tudo sem sentido ...
Quero ter alguém com quem conversar...
Alguém que depois ... Não use o que disse
Contra mim"

Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais

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3 de abr. de 2015

Rascunho de um memorial


Histórias, Trajetórias e Aprendizagens

 

            Sou professora desde criança. Aos três já havia decidido, e no meu imaginário, a rotina escolar tomava forma com as bonecas, giz no guarda-roupa e material escolar. A oficialização da profissão veio só aos dezenove anos, com a formatura do magistério. Três meses após a cerimônia, mais precisamente dia primeiro de abril, ingressava no serviço público em São Leopoldo. E o que parecia brincadeira de criança, um tanto idealizada e romantizada no ensino médio, não se mostrou tão fácil. Distorção idade e série, crianças em situação de vulnerabilidade social, falta de desejo em aprender, indisciplina,  entre outros elementos que não faziam parte dos meus planos, fizeram me deparar as minhas fragilidades em lidar com uma realidade tão distante do que foi construído desde a infância. Com todos os motivos para desistir já no primeiro mês, tomei como desafio e segui em frente. Em pleno auge do construtivismo, conceitos confusos e tentativas de práticas inovadoras, em meio àquela realidade e temas geradores, fui sobrevivendo. E julgando estar pronta, precisei, às duras penas, desconstruir uma imagem, para construir um novo jeito de ser professora. E aprendi a aprender, com as crianças, com o fracasso, com os pares, e nas pequenas conquistas. Os primeiros anos foram difíceis, despir das minhas verdades para encontrar outras incertezas que só no cotidiano da sala-de-aula poderia comprovar. Esse é um dos legados do magistério para a vida.

            No mesmo ano que ingressei na rede municipal, em 1996, iniciei a graduação em Educação Física na Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Embora o curso fosse licenciatura, as disciplinas relacionadas a avaliação física, cinesiologia, ginástica para academia, mostram possibilidades de trabalho fora da área escolar. Estudava para essas disciplinas o suficiente para atingir a nota mínima, e as disciplinas relacionadas a recreação escolar, dança, didática, teorias da aprendizagem, me fascinavam, pois conseguia relacionar com a minha prática, e de certa forma contribuíam no meu planejamento e na construção da minha identidade docente. Em sala-de-aula comecei a usar mais o lúdico, apostar nas atividades corporais, e assim consegui estabelecer um vínculo maior com as crianças. Outra aprendizagem nesta trajetória: a afetividade é um importante elemento no processo da aprendizagem.

            Sempre atuei em turmas de educação infantil, a antiga pré-escola, me intrigava a ruptura feita desta modalidade para o ensino fundamental no que diz respeito ao tempo destinado ao brincar e às atividades lúdicas. Percebia que o vínculo construído na relação professor aluno iniciava neste espaço que a professora abria. E como proposta de trabalho de conclusão de curso fui pesquisar e analisar a formação docente no que diz respeito a corporeidade.

            Mesmo depois de formada, continuei atuando em turmas dos anos iniciais, especialmente em turmas de educação infantil e alfabetização.      A minha facilidade em se adequar em diferentes situações e desafios me fizeram experimentar diferentes cargos. Coordenei grupos de dança e teatro, projetos de meio ambiente e esportes, laboratórios de estudos de recuperação, secretaria e supervisão pedagógica. Neste mix de atividades diferenciadas, fiz parte de  um grupo de professores que recebeu a formação do MEC intitulada “A cor da cultura” que tinha por objetivo apresentar a lei 10.639, bem como material didático próprio para o trabalho das questões étnico culturais. Por ser a única representante na minha escola, tinha como dever repassar o conteúdo apresentado no curso, e no ano seguinte assumi a coordenação do projeto Identidades, que tinha por objetivo subsidiar professores com material para desenvolver a temática, bem como atuar nas turmas com atividades que despertassem para o respeito às diferenças, especialmente as étnicas.

A literatura infantil foi um importante aliado neste processo. Nesta época ainda não haviam muitas opções, então a história Menina Bonita do Laço de Fita, da Ana Maria Machado, era contada e recontada, ora através de fantoches, ora só contação.Os alunos simpatizam bastante com a personagem principal visto que muitos tinham o mesmo tom de pele. E até hoje lembro o que eu fazia com a história: ao mostrar a capa do livro, antes mesmo de iniciar a contação, apontava para a menina e enfatizava a cor da pele, que era como a minha e apontava para outras crianças negras, e explicava que ninguém deveria ser superior ou menosprezar uma pessoa por ter esta característica. E que os negros, foram escravos, sofreram muito, ... bla, bla, blá.

Com o tempo, e a reflexão da prática, tive a oportunidade de rever conceitos, desconstruir a idéia de que para tratar sobre negros não é necessário partir da sua condição de escravo. E ao concluir a segunda graduação, em 2010, Pedagogia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pesquisei sobre a contribuição da literatura infantil com personagens negros na constituição da identidade de crianças da educação infantil. A escolha da temática não foi por acaso, uma construção desde a metade do curso, bem como um projeto aplicado numa turma de cianças de 4 e 5 anos. Nesta escrita, já posso afirmar que a escolha dete trabalho se deu muito antes do ingresso na Pedagogia. O trabalho intitulado A cinderela pode ser negra? Construindo identidades de crianças negras numa turma de educação infantil foi transformado num artigo e apresentado no IV SBECE.

No mesmo ano da formatura, ingressei na rede municipal de Porto Alegre, e por coincidência, ou por ação do destino, a escola a qual fui designada, tem um histórico de mais de 20 anos no trabalho com as questões étnicas, sendo referencia entre outras escolas municipais, principalmente nos primeiros anos seguintes a constituição da lei 10.639. Ainda no meu primeiro ano como professora da EMEF João Antonio Satte, a escola lançou um livro de relatos de projetos realizados em sala de aula: Trança de Gente: diversidade e resistência na escola João Antonio Satte. Feliz por fazer parte deste grupo de professores que desenvolve projetos sobre história e cultura afro brasileira, que cumpre a lei 10.639  sem que ela se torne um fardo no planejamento, que acredita numa educação antirracista, enfim, tudo parecia simples e belo. Aos poucos fui percebendo que o trabalho desenvolvido na escola com esta temática era a paixão de alguns professores, que insistentemente tentavam contagiar outros professores no engajamento do trabalho.  E essas  discussões e planejamentos ocorriam nos intervalos, nos corredores, no bate papo virtual após o horário de aula, em todos horários possíveis, raramente nos espaços de reunião pedagógica. A lei 10.639; o pioneirismo da Escola João Antonio Satte no trato das questões étnicas raciais negras; a garantia de uma educação antirracista prevista no PPP; a edição do livro Trança de Gente; ainda não são dados suficientes que garantam uma proposta ativa para uma educação antirracista em todas as turmas.

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1 de abr. de 2015

Uma vida interessante ...

E quando as coisas não vão muito bem costumo pensar que as leituras que "caem" na minha frente devem fazer algum sentido, deixar recado, daquela classificação comum  que fazemos de que "nada é por acaso".
Ainda tentando acreditar em dias melhores o texto do Calligaris propõe que tenhamos uma vida interessante  ...
Repensar metas, ideal de felicidade, vida, ...



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e os 39...

Deixa,deixa,deixa
Eu dizer o que penso dessa vida
Preciso demais desabafar...


Cada vez mais perto dos 40 ... e o que sinto não sei se ainda faz parte do inferno astral, de má sorte, de escolhas erradas ou a famosa crise dos 40 que está chegando ... Um conjunto de coisas que tem me deixado cada vez mais insatisfeita... esperando passar ,,, mas por enquanto não vejo possibilidades
... Ecaaa ...
e se pudesse começar td de novo !!!
(suspiros)
E a lista de coisas pra fazer antes dos 40?! nada cumprido! ...
Tenho essa mania: de me deixar pra epois, tipo auto boicote

E cada vez que penso nos dilemas da vida, problemas, enfim, nesse emaranhado de sentimentos ... é preciso buscar uma foto (e uma força)  para que eu consiga manter a mente tranquila e ir sobrevivendo ...
Vai passar ... tentando crer que seja só uma fase!!!

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