24 de set. de 2016

Da experiência de viajar sozinha


Dos desafios de ousar e tentar não criar expectativas


Aos quarenta, já havia decidido que a partir de agora trocaria aquelas listas de metas do ano (que só me frustravam) por experiências. Inauguro hoje o marcador "Experiências". Um diário de bordo resumido, contando minhas proezas olímpicas, para além dos arcos e credencial. Confesso que inicialmente a ideia não era ir sozinha, mas a tal da "dona crise" nos pegou desprevenido, e entre desistir e ousar viajar sozinha, resolvi arriscar.

Juro que não queria criar expectativas. Queria deixar correr solto, aproveitar todos os momentos conforme surgissem.Mas só o fato de não querer criar expectativas (esse é um dos desafios pessoais), já sai uma lista imensa, quase que de forma inconsciente!

E durante os preparativos, a imaginação corria solta: passeio a Búzios, noite carioca, madrugada na Lapa, posse do controle remoto num quarto de hotel só meu, visita às praias paradisíacas, trilhas, Grupo Corpo no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, shows, conhecer muitas pessoas, muita diversão, ...

Bem ...o Tales e a Laís já estavam convencidos que eu ficaria fora por uns dias, mas na hora do "tchau", coração apertado e aquele sentimento de culpa de mãe. Será que é certo? O que eles vão pensar? O que os outros vão pensar? Não adianta, sempre vem isso a cabeça. Levei uns dias pra desligar.

E já começando na viagem, em que a conexão em Campinas me dava 4 horas de espera. Óbvio que a ideia era sair pela cidade, conhecendo alguns pontos turísticos, mas o cansaço da noite anterior  me deixou sentada por todas essas horas, com preguiça até de fazer lanche. Chegando no Rio, fui direto para o hotel: ônibus, transito lento, caminhada e taxi. Simmm!!! Jurei que sabia caminhar pelas ruas de Ipanema, só porque tinha o Waze. Enfim, precisei pegar um taxi, depois de rodear no mesmo lugar. R$ 7,00 !!!

Hotel oferecido pela organização da Paracanoagem, precisei dividir um quarto com mais uma pessoa. Um pouco tensa por esse momento, sem saber quem seria. Mas tudo bem, pessoa super gente fina. Consegui relaxar e aproveitar a companhia!

Após o check in queria dormir o resto do dia, de tão cansada. Mas e a lista de expectativas que "eu sem querer" havia feito? A ordem era aproveitar a cidade. Fui pra Barra, mais precisamente Rio Centro, tentar comprar ingressos para a partida de vôlei sentado. Brasil jogando. Viagem em vão. Ingressos esgotados para todo final de semana. Já eram oito da noite quando retornei pro Colinas, mega cansada: sem jeito, fui dormir cedo em plena sexta feira no Rio de Janeiro.


Frio na barriga no primeiro dia de trabalho.


Paisagem linda e encantadora. 

Equipe super receptiva.



Pessoas sem pernas caminhando felizes da vida e até sorrindo! Que surpresa!!! E porque deveriam chorar? Estão vivos !!! Esse nosso costume de categorizar o que os outros podem sentir nos limita como seres evoluídos. Confesso que por mais neutralidade que tentasse passar, lidar de perto com essa "deficiência física versus disposição" para a vida me deixava intrigada, parecia que essas duas situações não combinavam. Bobinha eu.

Talvez não tivessem uma parte da perna, ou ela inteira, ou mesmo sem as duas, ou tinham as duas pernas mas não conseguiam movê-las... enfim! Tinham sonhos, objetivos claros, foco, desejo de vida, disposição, saúde, força para dar e vender. Incrível como nos deixamos levar por nossos preconceitos, nos impedindo de pensar para além do físico. O que é um corpo físico frente a uma mente recheada de possibilidades e desejos? Vai muito mais longe! Os sonhos é que impulsionam nosso corpo, e conviver com estes atletas só pude comprovar isso. Principalmente com a israelense, que veio sem equipe técnica, nem familiar, nem amigos. Sozinha num país desconhecido. Pra quê pernas se se tem um sonho?
 
Lição de vida. Sorrir ... enfrentar os problemas de frente, como se não fossem os piores do mundo. Sei que cada um carrega a sua cruz, e sabe o peso dela ... Mas lançar outro olhar pra cruz alheia ajuda um pouquinho a encarar as nossas de forma diferente. Ou deveria.


Primeiro final de semana na Cidade Maravilhosa: quase hibernei (uma delícia!). Bauru sem salada na praça com suco natural de abacaxi (sim!!! febre...), quarto, barulho da tv (nem aí pro controle remoto!), ar ligado, edredom. Ah se não tivesse que estar às seis da manhã no Estádio da Lagoa ... dormiria para sempre!



Ver o sol nascer quase todos os dias. Outro privilégio que tive, isso que nem estava na minha lista de expectativas! Lindo! Só queria agradecer por estar naquele lugar!



E nos dias que antecediam aos dia de competição, as equipes treinavam. E os voluntários passavam por todas funções, de modo que as experiências só aumentavam. Achei uma baita sacada da organização: um cuidado todo especial com nossas aprendizagens. Sempre há algo para aprender, ensinar, trocar. E o grupo era formado por ex praticantes da canoagem, e por pessoas que mal sabiam a diferença de caiaque e canoa, por jovens e velhos, pretos e brancos, homens e mulheres de nascença e escolha de vida! Adorei essa bagunça!


E a semana foi indo devagar, dormindo cada vez mais cedo, sem festas e noitadas, coração de mãe apertado. E deu aquela vontade de não estar mais ali, de querer voltar pra casa. E com tanta liberdade, me sentia sozinha. Com tantas possibilidades, não sabia o que fazer. Com aquela baita lista de expectativas, e vontade nenhuma. Bem feito! Quem mandou?! Aprende!


Acabei desistindo do passeio a Búzios, troquei o tal do paraíso pelas competições. Afinal, eu estava participando do maior evento esportivo do mundo, com mega instalações, atletas super heróis. Não poderia desperdiçar a oportunidade. Assisti ao goalbol, bocha e volei sentado. Visitei o Parque Olímpico, conheci algumas arenas. Não me arrependo da troca. Com certeza voltarei ao Rio.


 


 Dia de competição. Torcida por dentro para o nosso Brasil. Pronta para trabalhar, tentando ser útil em qualquer função. Fui designada para atuar na linha de chegada. Pude acompanhar o percurso percorrido pelos nossos super heróis. Ver no rosto a felicidade de ter conquistado o sonho, e o semblante de quem não foi tão bem. Foi o máximo. 

 
 



Encerrada as competições, último dia de trabalho, organização do material, almoço de confraternização, despedidas, surpresas, e a certeza de que tudo valeu a pena. 


Trabalho encerrado com louvor, dever cumprido, e mais três dias no RJ. E aquela sensação de culpa de novo, saudades dos filhos. Sexta feira na Lapa, seguidos de dois dias hibernando. Tarde de praia e fones de ouvido. Noite em Copa. Malas prontas. Fim de viagem. E que venham outras ...Fica a experiência, e a vontade de viver tudo isso de novo. Se faria diferente? Não sei. Aprendendo a não criar expectativas.
 Obrigada Rio.
Eu volto!


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1 de set. de 2016

Prazer!!!

Mãe de dois. Pedagoga. Educadora física. Blogueira. Negra. Ariana. Roou unhas. 
Adoro praia, de dormir na areia.  Ainda aprendendo a dizer não. 
Uso tênis, odeio salto. Amo música , tenho  trilha sonora pra tudo. Bagunceira. Curto, compartilho e comento. Curiosa.  Viajo muito ouvindo Legião Urbana. Não uso brinco, nem pulseiras, nem maquiagem, nem relógio, nem anel. Quase ogra. Adoro meus cachos. Sou preguiçosa ao quadrado. Ainda acredito nas pessoas. Tenho estria e celulite. Não gosto de mentiras. Poliana.
Odeio acordar cedo. Quarentona. Fominha por voleibol. Ando sempre atrasada. Gosto de rosa, azul e preto.  Amo coca cola, pizza, sorvete, massas, carnes, queijo e creme de leite. 
Meus joelhos doem muito. Detesto verdes e coisas coloridas no prato. 
Péssima dona de  casa. Não sei disfarçar minha cara. Adoro estar entre amigos. Três goles de caipirinha e meia smirnof  já me deixam de pernas bambas e sono. Festas! Que não durem mais que 3 ou 4 horas. Tolero até uns 5 pagodes na sequencia. 
Amo viajar. Amo chocolates, brigadeiro na panela. Um dia vou ser fittnes. Não sei bater boca. Choro. Engulo sapos. Muitos sapos. Tento ser compreensiva. 
Amo a dança, queria mais na minha rotina. Um dia ainda me dedico ao Mestrado em Educação e graduação em Dança.Adoro decoração de festa infantil. Faço. Tenho rinite e sinusite. Odeio caminhar.

Prazer!!! Esta sou eu, não consigo ser diferente!!!

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